"O colégio era o espaço onde eu sabia que minha vida ia mudar, ganhar uma nova etapa. 'Tava' aguardando isso pra mim". O relato é da estudante Milena Barros, 16, que cursa o 1º ano do Ensino Médio em uma escola estadual de Fortaleza e vê, dia a dia, o calendário de atividades planejadas para 2020 escorrer entre os dedos. Ela, assim como vários jovens cearenses, amarga os efeitos da ruptura causada pela pandemia na educação - cenário que fechou as portas de acesso às salas de aula, ao esporte, à cultura, ao lazer e até à proteção social de que meninos e meninas da rede pública usufruíam.

Instituições das redes municipal e estadual estão fechadas desde março de 2020, quando foi publicado pelo Governo do Ceará o primeiro decreto de isolamento social, com suspensão dos serviços não-essenciais. De lá para cá, já são oito meses sem o universo de atividades e momentos proporcionados pela escola a crianças e adolescentes - sem o mergulho na biblioteca, sem o vôlei na quadra esportiva, sem as feiras culturais e sem as risadas com os amigos.

Efeitos

As faltas que a escola fechada deixam também afetam, todos os dias, a estudante Julia Maria Rodrigues, 15, para quem a chegada da pandemia interrompeu não só a rotina de estudos com que estava habituada, mas o exercício de um amor: o esporte. "Vôlei é uma atividade que eu amo, e logo que ia começar a nova equipe de vôlei na escola, veio a pandemia, e aí foi interrompida. Foi muito frustrante, porque você procura dar o seu melhor e vem um impedimento, que acaba gerando muita ansiedade", confessa.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Redação

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Camila Lima