Não ter onde morar.  Residir em condições precárias ou aguardar décadas para ter o papel da casa.  Realidades difíceis, mas persistente em Fortaleza, onde, o déficit habitacional que é permanente, em 2019, era estimado em 130 mil famílias. A Capital também tem 89 áreas de risco, habitadas por 22 mil famílias. Há ainda a fila de moradores que aguardam regularização fundiária, ou seja, na forma mais prática esperam ter acesso à posse formal da casa, geralmente, localizada em ocupações, ocorridas há anos. Dilemas urgentes em Fortaleza que requerem ações incisivas da nova gestão. 

O mobilizador social, José Ivan da Silva, morador do Grande Bom Jardim, periferia de Fortaleza, reforça que, dentre todas as demandas, aquelas ligadas à moradia são prioridade. “Porque sofremos muito com os alagamentos no inverno e com doenças, viroses, provocadas por falta de saneamento”, alerta. Ele é um dos moradores atuantes no processo de regularização das Zona Especial de Interesse Social (Zeis) do Bom Jardim. 

A arquiteta e urbanista, Naggila Frota, também ressalta que o déficit habitacional em Fortaleza “é bastante preocupante”. Ela reforça que essa conta inclui as famílias que comprometem mais de 30% da renda em aluguel, que moram em habitações construídas com materiais improvisados e aquelas em situação de coabitação, quando mais de um núcleo familiar divide a mesma casa.

Além disso, a arquiteta lembra que o Plano Diretor de Fortaleza, de 2009 e que ainda vigora,  estabelece as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) como áreas prioritárias para regularização fundiária. E esse processo, acrescenta, envolve melhorias urbanísticas e reconhecimento da posse ou propriedade dos imóveis.

Continuar esse processo, destaca ela, é ação fundamental a ser assegurada pela próxima gestão. 

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Thatiany Nascimento

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Camila Lima