Não é apenas um problema atual no Brasil, mas também atinge outros países no mundo pós-pandemia. Os estímulos e programas de ajuda em vários países, bem como os transtornos no abastecimento nos Estados Unidos, França e demais da zona do Euro, deixaram sequelas e uma delas é o crescimento da inflação.
Na realidade brasileira, o quadro é mais sensível e, pelos dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a inflação brasileira estaria entre as maiores do mundo em 2021, com base nas projeções atuais, e só seria superada por Argentina (47%) e Turquia (17,8%). A prévia da inflação para setembro chegou a 1,14% e bateu em 10,05% no acumulado de 12 meses. Para o ano de 2021, a expectativa do mercado cresceu de 7,5% para 8,2%, enquanto para 2022 evoluiu de 3,5% para 3,7%.
A frieza dos números e das projeções escondem uma realidade muito mais dramática, em especial para os segmentos de menor poder aquisitivo, já afetados pelo elevado desemprego, que atingia 14,8 milhões de pessoas em julho, segundo dados do IBGE, e pela redução da massa salarial, que caiu mais de R$ 12 bilhões no período, se comparada com a base já deprimida de 2020.
Existe natural percepção, respaldada pelas projeções da futura inflação e a consequente retração da demanda, de que esse ciclo altista seja passageiro e que possamos caminhar para a desejável estabilidade a partir de 2022.
Mas até lá, empresários, profissionais, empreendedores e a população de forma geral ficam todos ressabiados, cautelosos e desconfiados com o poder destruidor da inflação elevada e, todos, sem exceção, colocam “as barbas de molho” esperando passar mais esse problema.
Nota: o Ecossistema Gouvêa desenvolveu uma metodologia própria integrada e plural de revisão estratégica combinando suas competências ligadas à economia e às transformações estruturais, comportamentais e de mercado, por categoria, canal e segmentos de consumo e geográfico, para apoiar negócios no repensar de suas atividades.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Marcos Gouvêa de Souza
Fonte: Mercado & Consumo
Foto: Reprodução