2021 foi o ano em que o espírito de Natal esteve presente na vida de muitas pessoas e não só nesta época. Foi o ano em que aprendemos a olhar para o outro de verdade. A solidariedade pulsou forte em muitos momentos desta pandemia. Quem ajudava se viu na missão de fazer ainda mais. Exemplo disso está no bairro Passaré, em Fortaleza, um dos maiores da cidade, com quase 93 mil habitantes. Por lá muita gente fez a diferença. Uma pizzaria foi transformada em um local de esperança. Quase todos os dias marmitas quentinhas saíam direto para a mesa dos mais necessitados. Famílias que perderam emprego, e que tinham naquela marmita o único alimento do dia.
No meio de tantas incertezas, irresponsabilidades e sentimentos de ódio... Encontramos também o amor, a empatia, a doação. Foi o ano em que mais nos colocamos no lugar do outro. Em que ajudar nunca foi tão fácil. Teve gente cuidando dos mais velhos, fazendo o mercado para quem não podia sair, se solidarizando, levando esperança de dias melhores. Aliás, vivemos um ano esperando dias melhores, sem perceber que pra ser melhor muitas vezes dependia da gente. Reclamar menos, viver mais com as possibilidades que nos eram apresentadas. Curtir a casa, a família. Talvez nunca mais tenhamos a chance de ficar tão próximos dos nossos filhos, de vê-los crescer tão de perto...
Demos mais valor à escola, a família, a um encontro com os amigos. Sem falar nos abraços... Ah, como os abraços fazem falta. Nos tornamos virtuais para aprender a importância da presença. Foi preciso coragem para levantar todos os dias e encarar 2021 de frente, com determinação, responsabilidade e resistência.
Enquanto caminhava pelas ruas, com pouca iluminação e decorações para o Natal eu pensava, “2021 foi o ano dos fortes, feliz de quem chegou até aqui”. Mesmo diante de tantas perdas, de tantos desafios e tristezas, é preciso enxergar as conquistas, as transformações e o aprendizado. Se chegamos até aqui com certeza nos transformamos. Espero que em pessoas melhores. E para encarar 2022 será preciso ter viva a magia do Natal, ela nos impulsionará a fazer a diferença na nossa casa, no nosso trabalho, na nossa vida e na vida das pessoas que amamos. A esperança é que em 2022 possamos estar mais perto, mais presentes. Mas, enquanto isso não acontece, seguimos aprendendo a valorizar cada momento, cada abraço, cada sorriso, mesmo que por uma tela.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Carlos Martins
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