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Como ensinar educação financeira às crianças pode moldar um futuro mais seguro?

Publicada em: 21/10/2025 10:27 -

Desde cedo, somos bombardeados por propagandas, vitrines chamativas, ofertas relâmpago e a ideia de que “ter” é sinônimo de valor. Em meio a esse cenário, um tema cada vez mais urgente ganha espaço nos debates públicos: a educação financeira na infância.

Ensinar às crianças como lidar com dinheiro — seja para poupar, gastar, empreender ou doar — não é luxo, mas estratégia para formar adultos mais conscientes no uso dos recursos disponíveis.

Por que ensinar finanças desde criança?

A prova de que “começar cedo vale a pena” vai além de conceitos abstratos: diversos estudos mostram que países com maior educação financeira têm maior propensão à poupança, menor índice de inadimplência e melhor equilíbrio econômico entre famílias.

Além disso, crianças que aprendem noções de orçamento, troco, necessidade versus desejo, crédito e responsabilidade tendem a ter menos surpresas negativas na vida adulta — menos dívidas inesperadas, mais controle e escolhas financiárias mais conscientes.

Um conceito-chave nessa trajetória é o letramento financeiro: não basta apenas ensinar os conceitos (educação financeira), mas garantir que a pessoa tenha competência para usá-los no dia a dia (letramento).

Lições por faixa etária: do “básico” ao “intermediário”

O aprendizado deve evoluir com a maturidade da criança. Alguns especialistas do setor de educação consideram a classificação dividindo as etapas por idade.

5 a 8 anos

Nessa fase, a criança já consegue entender noções concretas, relacionar objetos e valores, contar moedas e pedir troco. As ideias abstratas ainda são difíceis para ela.

  • Objetivos de aprendizado: contar dinheiro simples; diferenciar necessidade x vontade; introduzir noções de poupança, gasto e doação e noções básicas de “valor” e “preço”.
  • Atividades sugeridas: dar uma pequena “remuneração” (semanal ou quinzenal) para que a criança administre; usar cofrinhos ou potes para separar “gastar / poupar / doar”; envolver no troco de compras simples e visitar uma loja e pedir que escolha dentro de um valor pré-determinado.

9 a 12 anos

É um momento de transição: a criança quer mais autonomia e começa a lidar com escolhas mais sutis.

  • Novos conceitos: giro do dinheiro (quanto tempo demora para “valorizar”); relação custo vs benefício; introdução ao crédito e empréstimos e noções de orçamento.
  • Atividades sugeridas: dar à criança um mini-orçamento para suas despesas escolares ou de lazer; simular decisões: “se você gastar isso, não sobra para aquilo”; mostrar extratos simples e Incentivar pequenos empreendimentos: vender limonada, artesanato.

13 a 15 anos

O adolescente já consegue pensar de forma abstrata, relacionar causa e efeito, entender implicações futuras. Nesse estágio, os conceitos ficam mais densos.

  • Temas envolvidos: juros simples, juros compostos; produtos financeiros básicos (poupança, investimento simples); planejamento de metas (média e longo prazo) e uso responsável de crédito.
  • Atividades possíveis: simular um investimento digital com dados reais; projetar economia para compra de algo mais caro; monitorar uma despesa real da casa e conversar sobre orçamento familiar e mostrar como decisões são tomadas.

16 a 18 anos

Nesse ponto, o jovem se prepara para a vida adulta: faculdade, trabalho, independência. Aqui a educação financeira deve aproximar-se do mundo real.

  • Foco: cartões, crédito, empréstimos estudantis; Investimentos intermediários (Tesouro Direto, CDBs, etc.); seguro, aposentadoria básica e riscos e diversificação.
  • Atividade prática: permitir que ele gerencie uma conta ou cartão limitado; estimular leitura de notícias financeiras ou simulações on-line e auxiliar no planejamento de despesas universitárias.

Exemplos de ferramentas lúdicas para fixar o aprendizado

  • Jogos de tabuleiro financeiros;
  • Apps educativos infantis que simulam compras, trocas e investimentos;
  • Simulações em casa: “jogo da compra” com notas de papel;
  • Competição de economia entre irmãos (quem poupa mais);
  • Histórias em quadrinhos ou vídeos explicativos.

Se você, como mãe, pai ou guardião, assumir esse papel ativo, estará oferecendo ao filho algo que nenhuma garantia ou curso caro consegue entregar: autonomia financeira consciente. Comece hoje mesmo esse investimento que rende para toda a vida.

 

🗒️ Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

✍️ Por Ana Alves | Diário do Nordeste

🌐 www.passarefm.net

📸 Imagem/Kid Junior

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